1 de mai. de 2014

Todo apoio da ANEL-RS a Chapa 1 TRANSPARÊNCIA e LUTA na UESC

UESC em mobilização contra a imposição do politécnico em outubro do ano passado.
Queremos por meio dessa nota declarar o apoio da Assembleia Nacional dos Estudantes – Livre (ANEL) para a Chapa 1 – Transparência e Luta nas Eleições da União dos Estudantes Santa-cruzenses (UESC) que ocorrerá nos próximos dias 5 e 6 de maio de 2014.
A Chapa 1 para a UESC é a expressão dos jovens que foram às ruas nas jornadas de junho em 2013 contra o aumento da passagem e por mais investimentos dos governos na educação, na saúde e no transporte em Santa Cruz do Sul e no Brasil.
É daqueles/as que denunciaram a farsa do Politreco nas escolas estaduais na pesquisa feita pela UESC Pra Valer e nos protestos com a ANEL na capital.
É daquelas/es que reergueram a UESC nos últimos anos para transformá-la no maior ponto de apoio das lutas estudantis na região.
Por isso, chamamos as estudantes e os estudantes livres de todas as escolas a votar e apoiar a Chapa 1 pra UESC, fortalecendo o movimento estudantil de luta ao lado da ANEL.
Com Transparência e Luta, o futuro é agora!

#Chapa1praUESC

ANEL Rio Grande do Sul

29 de abr. de 2014

Repudiar a invasão da BM na UFRGS com mobilização!

Matheus Gomes, estudante de História/UFRGS
Na madrugada do último dia 19 a Brigada Militar cometeu mais uma ação covarde: pulou o muro e invadiu a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, agrediu brutalmente diversos estudantes que participavam do 98º Conselho Nacional de Entidades de Enfermagem, quebrou os celulares dos que tentavam filmar as cenas de abuso, deteve inclusive os seguranças do Campus Olímpico, enfim, afrontou a UFRGS atuando sem autorização em território federal e o conjunto do movimento estudantil, transformando a confraternização de uma atividade política numa batalha completamente desigual entre policiais e estudantes. Tudo isso justificado pela realização de uma festa que, supostamente, estava incomodando a vizinhança. Inicialmente os policiais conversaram com os responsáveis pela festa e o volume do som foi diminuído. Porém, alguns minutos depois, três viaturas da BM chegaram no local afirmando que existiriam mais 10 reclamações com relação ao barulho. Ora, logo o local que recebe as maiores festas realizadas dentro da UFRGS estaria gerando um grande incomodo num evento com menos de 100 pessoas? Não nos parece que isso seja coerente. A possibilidade mais aceitável, infelizmente, é que a ação da BM foi mais uma armação para criminalizar o movimento estudantil. Agora, temos mais quatro ativistas sendo processados por desacato, desobediência, resistência à prisão e dano ao patrimônio público, resultado de uma ação claramente forjada.
A ação violenta da BM exige uma resposta à altura do movimento, mas também abre debates importante sobre o tema da segurança dentro e fora da universidade.
Educação não é caso de polícia: uma política para o problema da segurança na UFRGS
Que a UFRGS sofre com a questão da segurança não é novidade para ninguém, pois, infelizmente, casos de estupro, roubos de carros, furtos em salas de aulas, são questões conhecidas e recorrentes na universidade. O descaso começa pelas condições de infraestrutura: a iluminação no Campus do Vale e nos arredores da Saúde e do Centro é muito precária; há exatamente 20 anos não é realizado concurso público para o cargo de segurança universitário e a maioria do contingente hoje é das empresas terceirizadas, que fazem prioritariamente a segurança patrimonial. A realidade é que a UFRGS nos últimos anos tem caminhado sob uma lógica que a separa do conjunto da população. O muro no Campus do Vale é o maior exemplo: a comunidade é impedida de entrar em contato com o mundo acadêmico sob a justificativa da violência, mas qual seria o papel da universidade no combate a essa mazela social? Se fechar numa bolha ou produzir uma aproximação entre o local de produção de conhecimento e a comunidade, com projetos de extensão, abertura das bibliotecas, laboratórios e etc? Uma política de segurança para a UFRGS passa primeiro pela resolução dos problemas históricos de infraestrutura e pelo fortalecimento do caráter público da universidade, para torná-la um espaço de referência para toda a população.
O fato ocorrido no Campus Olímpico nos deixa com mais certeza de que a resolução do problema não passa pela intervenção da Brigada Militar na universidade. Educação não combina com polícia, pois essa instituição age sob a lógica da força, não funciona pelo diálogo, o respeito, não atua visando a segurança do conjunto da população, mas apenas de um setor dela: a burguesia e os políticos corruptos. É quase desnecessário criticar a polícia hoje: cerca de 62% da população brasileira é a favor da desmilitarização da segurança pública, as UPPs estão sendo questionadas nas Favelas do Rio de Janeiro e, depois das manifestações de junho, ficou mais que evidente o papel repressor que cumpre essa corporação. Polícia não é sinônimo de segurança, mas sim de violência. Estudantes, técnicos-administrativos e professores da UFSC, USP, UNESP, UNICAMP, UERJ e outras instituições já travaram lutas contra a PM nos campi, esperamos que a reitoria da UFRGS não opte por esse caminho como já foi cogitado, mas se o fizer, estaremos na primeira fileira do combate a essa medida.
Até o momento o Reitor Carlos Alexandre Neto não se posicionou de forma clara contra o ocorrido e pior, ainda afirmou que a UFRGS sempre teve uma boa relação com a BM. Nada estranho para o Reitor que em 2010 reprimiu duramente a ocupação da Reitoria e mandou a BM cercar o Campus Central. Já o DCE, que defende a BM nos campi, até o momento está calado: nenhuma nota, parece estar satisfeito e não ter nada a declarar. O movimento estudantil já começou a responder com o ato de sexta (25) e a convocação de uma nova mobilização para o dia 30. É a hora de mobilizar os estudantes com assembleias por cursos, panfletagens, passagens em sala e exigir ações concretas da reitoria e também do governo Tarso, que é o chefe maior da BM e responsável pelas ações de criminalização do movimento social no estado.
A desmilitarização da PM é uma pauta do movimento estudantil
Em nossa opinião, para além de exigir uma política de segurança para a UFRGS que exclua a BM, é necessário que o movimento paute a questão da desmilitarização das polícias no Brasil. O grande entulho deixado pelos anos de chumbo da ditadura foi a polícia. Institucionalizada em 1969, a Polícia Militar é parte da reserva do Exército Brasileiro e peça fundamental de uma “democracia” que criminaliza os movimentos sociais, os rolêzinhos da juventude de periferia e mata as Cláudias, os DGs e Amarildos sem dar explicação. Em nosso estado o histórico da BM é ligado ao século XIX: ela surge como um instrumento da luta dos Republicanos contra os Federalistas (Maragatos e Chimangos), ou seja, já surge como um instrumento militar ligado as elites e preparado para guerras e enfrentamentos. Uma corporação com esse histórico nunca irá garantir a segurança pública. O movimento estudantil deve assumir com força essa bandeira, agitando com força a desmilitarização da polícia, o fim da tropa de choque e a necessidade da construção de uma força de segurança controlados pelos trabalhadores e o povo pobre!

23 de mar. de 2014

O FUTURO É AGORA, RUMO AO PASSE LIVRE EM RIO GRANDE!

Por Lênin Landgraf*

Estudantes secundaristas, universitários e trabalhadores foram às ruas novamente na terça-feira (18/03) contra o aumento da passagem que culminou na ocupação da Câmara de Vereadores de Rio Grande.
A manifestação foi chamada pelo Movimento Livre Unificado (MLU), movimento criado nas jornadas de junho em 2013 e que abrange diversos coletivos e entidades estudantis para organizar as lutas na cidade do Rio Grande. Os estudantes livres que constroem a ANEL nas escolas e universidades da região sul integram o MLU desde sua criação.
As principais pautas de reivindicações da ocupação foram:
- A redução imediata da passagem de R$2,75 para R$2,60.
- Estatização do transporte público.
- Conselho municipal de transporte democrático.

A OCUPAÇÃO FEZ AVANÇAR A LUTA PELO PASSE LIVRE

 
Os manifestantes deixaram a Câmara de Vereadores com uma vitória parcial, um acordo judicial foi firmado entre MLU, a Câmara de Vereadores e Prefeitura. Em uma audiência conciliatória a juíza se propôs a assinar uma ata intimando a prefeitura a apresentar imediatamente as planilhas de custos das empresas que detém o monopólio do transporte coletivo em Rio Grande. Ficou acordado também que dentro de cinco dias o MLU vai protocolar um projeto de passe livre para ser apreciado.

Os lutadores e lutadoras estão fortalecidos e preparam-se para dar um passo à frente na luta pelo transporte público, formular o projeto e lutar nas ruas para que tenhamos o PASSE LIVRE em Rio Grande. Por isso, não vamos parar até alcançar definitivamente as pautas do movimento, novos protestos e ações já estão sendo marcados.
 
DIREÇÃO MAJORITÁRIA DA UNE AO LADO DA PREFEITURA
A tropa de choque que saiu em defesa das decisões do prefeito Alexandre Lindenmeyer (PT) que decretou o aumento da passagem no dia 17/03 foi a UJS (PCdoB). Ao trocarem as ruas por cargos nos gabinetes da prefeitura, a principal força na direção da desaparecida União Nacional dos Estudantes (UNE) conquistou o rechaço dos estudantes e, mesmo que tenha tentado, não conseguiu impedir o apoio popular à ocupação.
 
O papel vergonhoso que essa organização cumpriu nas manifestações de junho se repetem, são traidores do movimento estudantil. Os estudantes que ainda tem ilusões na UJS precisam romper com essa burocracia que serve apenas para travar as lutas.

AGORA E NA COPA VAI TER LUTA!

A ANEL defende a estatização do transporte público para acabar com as máfias do transporte e luta pelo Passe Livre já, em todo o Brasil. Por isso, estamos juntos com os lutadores em Rio Grande no fortalecimento do MLU, o organizador coletivo das lutas. Estivemos na legítima ocupação e das lutas na cidade diante da omissão e do conluio da prefeitura e dos vereadores.
Chamamos o conjunto dos estudantes de Rio Grande a se somar a essa luta. Se no país da copa eles querem defender a máfia do transporte, nós dizemos que agora e na copa vai ter luta.

*Lênin Landgraf é estudante do terceiro ano do ensino médio no Instituto Estadual de Educação Juvenal Miller, militante da Juventude do PSTU, membro do MLU e da ANEL/RS.

1 de fev. de 2014

Criminalização dos movimentos sociais no último dia de Janeiro

Por Iago Rodrigues *

O último dia do mês poderia ter terminado perfeito. Tivemos um ato em que dois mil marcharam juntos dos rodoviários de Porto Alegre, que decidiram pela continuação da greve até a vitória, que também será, sem dúvida, a vitória do conjunto da população, que anseia por um transporte público de qualidade. Essa vitória colocará em cheque o prefeito de Porto Alegre e os tubarões do transporte coletivo! Por outro lado, tenho certeza de que a greve já é vitoriosa por demonstrar a ousadia e unidade dos rodoviários, que não enfrentam somente o governo e patrão, mas também o sindicato, dirigido por uma máfia.

O último dia do mês poderia ter terminado perfeito. O último capítulo da novela chocou todos os homofóbicos que se constrangeram com um beijo gay em horário nobre, o que nunca se pensaria, pouco tempo atrás. Uma vitória, pois escancarou para o Brasil o amor entre LGBTs, o que, infelizmente, só ocorre depois de milhares e milhares de homossexuais já terem sido assassinados ou agredidos nas ruas, de norte a sul do Brasil. Comemoremos o beijo gay como uma vitória do movimento, mas continuemos na luta contra a homofobia e por sua criminalização!

O último dia do ano poderia ter terminado perfeito, mas não foi bem assim. Após a vitoriosa marcha em união com os trabalhadores rodoviários, a polícia militar agiu brutalmente como ferramenta de repressão do Governador Tarso Genro, do dito Partido dos Trabalhadores (PT). Que partido de trabalhadores é esse que persegue e prende trabalhadores e estudantes que voltam para casa após protestar inocentemente? A polícia militar de Tarso organizou um esquema impiedoso e imotivado para autuar os manifestantes. Intransigentes, abordaram todos que passaram em sua frente, fossem quem fossem. Eu, inclusive, fui um.