29 de nov. de 2011

PLEBISCITO na reta final. É hora de aumentar a coleta de votos! PARTICIPE!

  
O ano de 2011 está chegando ao final, mas a luta em defesa da educação está a todo vapor! A greve do magistério estadual, a luta dos secundaristas contra a reforma do ensino médio, as diversas eleições sindicais nas universidades privadas, a campanha pela paridade na UFRGS... As lutas e mobilizações não pararam um minuto sequer nesse ano, aqui e no país inteiro. Foram mais de 20 reitorias ocupadas, 16 estados com greves na educação e a certeza de que uma campanha unificou o grito de todos os lutadores do país: A CAMPANHA PELOS 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA JÁ!

O descaso dos governantes com a educação pública em nosso país esse ano não passou batido, encontrou resistência no país inteiro. O vídeo da professora Amanda Gurgel, que fez a platéia do Fantástico aplaudir de pé a mobilização dos professores do Rio Grande do Norte é a prova de que o entendimento da necessidade de mais investimentos na educação não é só do movimento estudantil e sindical, É DE TODA A POPULAÇÃO!
  
Por isso, dezenas de entidades estão organizando o grande PLEBISCITO POPULAR PELOS 10% DO PIB PARA A EDUCAÇÃO PÚBLICA JÁ!  Desde o dia 06/11 centenas de urnas estão coletando votos no país inteiro. Aqui em nosso estado, professores, trabalhadores dos correios, bancários, da informática, judiciário e do setor metalúrgico também estão envolvidos na organização do Plebiscito, que conta com uma pergunta específica, sobre o a aplicação da lei do piso salarial, que Tarso se nega a cumprir.

É HORA DA RETA FINAL! VAMOS ÀS RUAS, EM TODAS ESCOLAS E UNIVERSIDADES, DEFENDER O PAGAMENTO IMEDIATO DO PISO DOS PROFESSORES E A APLICAÇÃO DOS 10% DO PIB PARA EDUCAÇÃO PÚBLICA JÁ!


25 de nov. de 2011

ANEL, UESC e CSP-Conlutas realizam ato em defesa da educação em Santa Cruz

Sindicatos filiados à CSP-Conlutas (Comerciários, Vigilantes e Funcionários Municipais), além da União dos Estudantes Santa-cruzenses (UESC) encabeçaram um ato em defesa da educação pública. O movimento, que reuniu cerca de 400 pessoas, entre professores, alunos e pais, foi pautado pela defesa da greve do magistério público estadual.

As reivindicações apresentadas pelos manifestantes, durante o evento que iniciou na Praça Getúlio Vargas, são as mesmas defendidas pelos educadores: respeito ao piso mínimo nacional e estagnação do processo que prevê a reestruturação do ensino médio. Ao todo, nove educandários públicos estavam representados na atividade.

Na opinião da presidente da UESC, Tauâni Schwengber, valorizar os trabalhadores de educação é uma iniciativa determinante para que o ensino seja, realmente, de qualidade. “Aqui no Rio Grande do Sul me parece haver um movimento contrário. O mesmo partido que fez do piso uma lei, agora não quer cumprir e caminha para, definitivamente, desmontar as escolas públicas gaúchas”, analisou.

O representante da categoria comerciária, Marcos Roberto Azeredo, alertou para o engajamento dos sindicatos nessa mobilização. “Não poderíamos nos furtar. A classe trabalhadora, e seus filhos, depende das escolas públicas. É mais do que um dever participar”, pontuou. O líder sindical mostrou preocupação ainda com as reformas curriculares. “Tarso está querendo formar mão de obra barata e semiqualificada para atender as grandes multinacionais, essa é a verdade! Não abriu o debate com a comunidade escolar, quer empurrar tudo ‘goela abaixo’”, denunciou Azeredo.

Terminado o encontro na praça, o público se dirigiu em passeata até a frente da 6ª Coordenadoria Regional de Educação. Lá foram protocolados dois documentos, um em nome da UESC e da Assembleia dos Estudantes Livre (ANEL) e outro dos sindicatos da CSP-Conlutas.


Por Patrícia Regina Schuster

ANEL articula Manifesto Estudantil em apoio à greve dos educadores

Segue abaixo o "Manifesto estudantil em apoio à greve dos educadores gaúchos", articulado pela ANEL em conjunto com as maiores entidades do movimento estudantil gaúcho.
Nossa idéia é continuar na busca de mais assinaturas no manifesto, pois acreditamos que a juventude combativa de nosso estado pode cumprir um papel muito importante nessa mobilização, organizando os estudantes contra a reforma do ensino médio e ajudando a furar o bloqueio e as mentiras da mídia, que tenta a todo custo desmobilizar os educadores.

Convoque sua entidade ou movimento. Vamos somar nessa batalha que se fortalece a cada dia!


Manifesto estudantil em apoio à greve dos educadores gaúchos
 Os movimentos e entidades abaixo-assinadas vêm por meio deste manifesto expressar o seu apoio irrestrito a greve dos educadores. Entendemos que é justa a luta pela aplicação da lei do piso nacional para professores e funcionários de escolas, pela manutenção dos planos de carreira e, principalmente, pela retirada dos projetos da Reforma no Ensino Médio, que visa adequar a educação às necessidades do mercado.
Durante quatro anos lutamos lado a lado com os servidores públicos contra o governo Yeda e as eleições de 2010 demonstraram o peso de nossas mobilizações com o grande rechaço à ex-governadora nas urnas. O voto em Tarso Genro era a esperança de milhares de jovens e educadores que acreditaram em suas promessas de mudar a política educacional e o diálogo do governo com os movimentos sociais. Mas agora, com quase um ano de gestão, o Governador faz exatamente o contrário.
Queremos demonstrar através deste manifesto que as maiores entidades estudantis gaúchas estão unidas e em movimento na defesa da educação. Muito diferente do que é apresentado na imprensa através da falida UGES, que há tempos não representa o verdadeiro movimento estudantil.
É necessário lutar por mais investimentos e a aplicação imediata de 35% da receita na educação. É preciso reverter de fato à situação caótica de nossas escolas, que ainda contam com estruturas de lata, salas superlotadas e multisseriadas.
Entendemos o transtorno que uma greve nesse período causa a comunidade escolar, mas compreendemos que essa é uma atitude que visa resguardar a nossa educação, pois parte da perspectiva de fortalecer uma escola pública e de qualidade, que sirva para atender as necessidades da maioria da população. Por isso afirmamos que calendário escolar está nas mãos do Governador.
Fazemos um chamado a todos os estudantes gaúchos para que se somem nessa luta, pois ela representa o nosso direito de sonhar com um futuro mais digno.

ASSINAM ESSE MANIFESTO:
ANEL - Assembléia Nacional dos Estudantes Livre
DCE - UFRGS
Gestão eleita do Grêmio do Julinho - Indignação 2011/12
Executiva Nacional de Estudantes de Educação Física
Federação Nacional de Estudantes de Direito
Centro de Estudantes de História - UFRGS
Centro de Estudantes de Ciências Sociais - UFRGS
Diretório Acadêmico de Educação Física e Dança - UFRGS
Diretório Acadêmico de Fisioterapia - UFRGS

Juntos - Oposição de Esquerda da UNE

Coletivo Nacional Vamos à Luta - Oposição de Esquerda da UNE

Coletiva Nacional Barricadas Abrem Caminhos - Oposição de Esquerda da UNE

23 de nov. de 2011

Entendendo a Reforma do Ensino Médio

Devido a discussão que vem tomando conta das escolas em todo o estado, resolvemos publicar em nosso blog as distintas posições, para ajudar no entendimento e na formulação política sobre a Reforma no Ensino Médio.

Abaixo seguem o link da proposta do governo e a avalição feita pelo CPERS Sindicato.





SOBRE A PROPOSTA DE REESTRUTURAÇÃO DO ENSINO MÉDIO


A Direção do CPERS, após realizar um debate preliminar sobre a Proposta de Reestruturação do Ensino Médio do governo, manifesta o que segue:

1. A proposta se apresenta fundamentada na necessidade de adaptar a educação às mudanças impostas pelo mundo do trabalho. E para que o trabalhador se adapte às novas necessidades do mercado ele precisa “ser flexível, aprender constantemente e resistir ao estresse” (argumentos do Governo quando fala do trabalho como princípio educativo).

2. Como podemos ver, o objetivo central do projeto é a perspectiva de adequar as escolas públicas às necessidades das empresas. Toda a alteração do currículo, sua divisão em parte geral e parte específica e a destinação de parte da carga horária voltada a projetos e estágios estão condicionados à formação de mão-de-obra semiqualificada e barata para os diversos setores empresariais existentes no Estado.

3. As mudanças, justificadas a partir de um suposto "fracasso do atual  modelo educacional”,  irão rebaixar ainda mais o nível de ensino. Os níveis mais especializados de conhecimento serão retirados do ensino médio das escolas públicas e passarão a ser exclusividade ainda maior de setores privados do ensino. Haverá uma maior dissolução de conteúdos e empobrecimento cultural. A "qualificação" de mão de obra a serviço dos diversos ramos empresariais se transforma no grande objetivo pedagógico do ensino médio. As empresas poderão dispor até de estágios, inclusive não remunerados, de seus futuros trabalhadores. Tudo isso vem mascarado no projeto do governo pelo mito de uma adequação ao "mundo do trabalho"!

4. A proposta expressa pelo governo por áreas de conhecimento significa o desrespeito à especialização do educador. A redução nos programas curriculares impede que o ensino médio cumpra seu principal objetivo, que é a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento de estudos. Ou seja: há redução efetiva de objetivos programáticos de conhecimentos e uma aproximação com um nível mais básico, visto que 50% da carga horária será destinada ao ensino técnico e 50% para a parte diversificada, que também estará voltada ao mundo do trabalho.

5. O ensino médio proposto acentua a desigualdade social, pois os filhos da classe dominante continuarão tendo direito a uma formação que contemple todas as áreas, o que facilita sobremaneira o ingresso em uma universidade pública, enquanto os filhos da classe trabalhadora serão preparados para servir ao capital.

6. Toda a alteração do currículo pretende ser feita de cima para baixo, apenas uma pequena consulta a alguns representantes constará como disfarce para a decretação da mudança. Significa, portanto, que a autonomia político-pedagógica das escolas será suprimida com essa mudança. Estaremos novamente diante de um "regimento padrão" elaborado pela SEC à revelia da comunidade escolar e que irá, inclusive, ferir a lei de gestão democrática.

7. O aluno da escola pública do Estado do Rio Grande do Sul poderá estar destinado a seguir uma profissão que não seja de sua escolha, uma vez que a oferta de cursos estará também vinculada às demandas dos setores produtivos de sua região, como podemos observar no anexo 3, 4 e 5 da proposta do Governo, que apontam as regiões e seus arranjos produtivos locais (APLs).

8. O Governo do estado prevê a implantação do PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. Este programa presume a parceria com instituições de ensino ligadas à iniciativa privada, com ênfase no Sistema S (SENAI, SENAC, SESI e SESC) que já recebem dinheiro público e, mesmo assim, cobram taxas dos estudantes. Com o PRONATEC passarão a receber mais dinheiro ainda.

9. O Governo do Estado estabelece que a responsabilidade na organização, realização e avaliação dos seminários integrados será da equipe diretiva da escola como um todo e, especificamente, da supervisão e orientação educacional. Atualmente não existem esses profissionais nem sequer para o atendimento das necessidades urgentes do dia a dia das escolas e, nem mesmo a previsão de concurso público para estas áreas. Mais um motivo para duvidarmos da intenção do governo de investir na educação.

10. Sem contar que transforma o professor em um profissional polivalente. Ele deverá dar conta (evidentemente, sem nenhuma formação adicional) de diversas disciplinas e ramos do conhecimento, inclusive conhecendo os processos produtivos que são objetos da formação.  

11. O aumento de dias letivos e carga horária aprofundam a sobrecarga de trabalho, já sentida pelos educadores, que se vêem obrigados a cumprir 40 ou 60 horas semanais, em turnos e estabelecimentos diversificados, tornando a jornada extenuante e agravando, inclusive, os problemas de saúde física e mental.

12. Isso tudo em virtude da desvalorização profissional, que perpassa pelo não cumprimento do Piso Salarial Profissional Nacional, pelo não investimento dos 35% da receita do estado na educação, pela falta de condições dignas de trabalho e o sucateamento das escolas públicas, com turmas superlotadas, multisseriadas, falta de segurança e a mudança do papel do professor, que acaba sendo responsabilizado por todas as mazelas da sociedade.

O MÉTODO E A SUA RELAÇÃO COM O CONTEÚDO

13. O governador Tarso Genro e seus secretários, desde que assumiram, têm demonstrado que a democracia existe só no discurso. Foi assim com a reforma da previdência, o calote nas RPVs e agora com o seu projeto para a Educação (Reforma do Ensino Médio, Sistema de Avaliação Integrada, Avaliação do Plano dos Professores).

14. Ao apresentar seu projeto de Reestruturação do Ensino Médio, bem como o cronograma de “debates”, estabelecendo o prazo para a elaboração do documento final para janeiro de 2012, o governo derruba seu próprio argumento de que a proposta  vai ser construída democraticamente. Mas sem dúvida nenhuma isto ocorre devido ao conteúdo da proposta. O Secretário José Clóvis sabe que se esta discussão ocorrer, os educadores, que um dia alimentaram alguma ilusão sobre o papel que ele cumpriria nesta tarefa, não terão dúvidas de que ele está tentando organizar a educação pública para servir ao empresariado do RS.

15. Repudiamos o fato de que o governo utiliza citações de Marx e de teóricos marxistas da atualidade para apresentar sua proposta como emancipadora do ser humano através do domínio das novas tecnologias e dos meios de produção. Cabe salientar que o conceito de politecnia defendido por Marx trata-se de uma concepção de que “o ser humano deve ser integralmente desenvolvido em suas potencialidades, através de um processo educacional de totalidade que proporcione formação científica, política e estética, com vista à libertação do ser humano”.  Marx afirmava ainda que “a politecnia poderia elevar a classe trabalhadora a um patamar acima da própria burguesia”. Além disso, Marx jamais defendeu que o ensino politécnico serviria para que o trabalhador se adaptasse ao sistema, mas sim, que o contestasse e se apossasse dos meios de produção.

16. A proposta de Reestruturação do Ensino Médio no Estado do Rio Grande do Sul não aponta para a possibilidade de contestação do sistema. Além de todos os problemas levantados neste documento ainda podemos citar um, de gravidade elevadíssima e que vem ao encontro da política de Tarso e de Dilma. Os representantes dos setores produtivos serão convidados, assim como tem acontecido na agenda 2020, a participar de toda a discussão e elaboração do documento final sobre a reestruturação.

17. Desta forma não nos restam dúvidas sobre quem ditará as regras, assim como temos convicção de que a Escola Pública do Estado do Rio Grande do Sul estará a serviço do mercado e do capital.  Frigotto diz o seguinte: "Escola sem espaços e tempos para as artes, a cultura, o lazer e o esporte é uma pobre escola e esgarça o processo formativo. Especialmente para crianças e jovens das classes populares".


Porto Alegre, 14 de outubro de 2011.


Diretoria do CPERS/Sindicato

Estudantes secundaristas saem às ruas contra a reforma do ensino médio e em apoio à greve dos educadores!

A manhã de hoje marcou o primeiro passo dos estudantes secundaristas na luta contra a reforma do ensino médio estadual e expressou o apoio de jovens de importantes escolas de Porto Alegre a greve dos educadores gaúchos, que começou segunda em todo o estado.



Cerca de 250 estudantes se concentraram em frente à Secretaria Estadual de Educação, para pressionar o secretário José Clóvis a atender a reivindicação dos estudantes e professores, que pedem a retirada do projeto que visa reformar o ensino médio de forma a adequar o ensino público gaúcho as necessidades do mercado. Após uma breve manifestação, os estudantes se dirigiram em caminhada até o centro de eventos Casa do Gaúcho, no Parque Harmonia, onde acontecia a Conferência do Ensino Médio da CRE Porto Alegre (Coordenadoria Regional de Educação). Essa Conferência tem por objetivo debater o projeto de reforma e conta com participação de delegados da comunidade escolar. Apesar da fachada democrática essas conferências não passam de uma grande falácia, pois no próprio documento da Reforma está explicito que nenhuma contribuição pode contradizer o texto inicial.
Ao chegar na conferência os estudantes tiveram a prova do autoritarismo implícito na construção da reforma. Quando entraram na Casa do Gaúcho de forma organizada, cantando palavras de ordem em defesa dos professores, os manifestantes organizados pela ANEL foram impedidos de ter acesso ao microfone para expressar sua opinião e os motivos do protesto. Logo após negar o direito de fala aos estudantes o coordenador da CRE, Antônio Branco, ex-dirigente do CPERS que aderiu ao governo, deu por encerrada a conferência, alegando que não tinha condições de seguir com a atividade. Mais uma falácia dos representantes do governo que tentam a todo custo deslegitimar o movimento dos jovens e trabalhadores.


Aliás, o protesto de hoje serviu como um tapa de luva na imprensa e na opinião pública, que divulgou ontem na capa da Zero Hora, um dos principais jornais do estado, que os estudantes eram contrários a greve. Essa é a posição da UGES, entidade que como a UMESPA e a UBES há tempos não representa mais os estudantes gaúchos, apenas serve de porta-voz das políticas do governo. A presença dos estudantes do Julinho, maior e mais tradicional escola do estado, que enfrentaram repressão da direção para ir ao protesto é a prova de que os estudantes não vão aceitar essa reforma de maneira passiva.


Quinta-feira é o próximo passo. Vamos fortalecer a luta dos professores em um grande ato com concentração às 15h na vigília na Praça da Matriz. É necessário expandir a mobilização para outras escolas, pois a cada lugar em que a proposta é apresentada cresce a indignação dos estudantes. Vamos fortalecer nossa luta e organizar a juventude para lutar contra essa reforma. Mesmo a poucos dias do fim do ano letivo é preciso lutar e junto com os professores em greve, acreditamos que é possível vencer!
“SOU ESTUDANTE E VOU PRA RUA, PRA DERROTAR A REFORMA FALCATRUA!”

16 de nov. de 2011

Campanha urgente em defesa da organização sindical no Haiti! Assine o abaixo-assinado!

Reproduzimos abaixo a matéria publicada na tarde de ontem(15/11) no site da CSP-Conlutas, referente a campanha de solidariedade as organizações sindicais haitianas,que vem sendo duramente reprimidas pelo governo local e pelas tropas da ONU, que mais uma vez demonstram seu caráter colonizador.

Para a ASSEMBLÉIA NACIONAL DOS ESTUDANTES LIVRE é mais do que um dever defender a população haitiana, ainda mais se levarmos em conta que o governo do nosso país, infelizmente, é um dos principais mentores da ocupação militar no país.

                                                       adesivo lançado pela ANEL em 2010



No ano passado, após o terremoto que devastou o pais, a ANEL organizou uma grande campanha de solidariedade ao povo haitiano, recolhendo dinheiro em todo o Brasil e enviando para as organizações independentes dos trabalhadores do Haiti. Nosso dinheiro representou quantitativamente muito menos que os milhões que supostamente foram enviados por governos de mundo inteiro, mas teve utilidade prática para centenas de trabalhadores. Os últimos relatos que tivemos nos mostram mais uma vez a farsa da ocupação: até hoje centenas de milhares de pessoas moram em barracos e os escombros do terremoto ainda não foram retirados das ruas do país.

Mais uma vez, chamamos os estudantes brasileiros a lutar em defesa do povo haitiano!

Fonte: cspconlutas.org.br

No próximo dia 18 os companheiros Gilberto A. Gomes, o Giba, dirigente da Federação Sindical Democrática de Minas Gerais e Antonio. F. Barros, o Macapá, dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos viajam para a República Dominicana e para o Haiti.

Entre os dias 18 a 22 participarão em Santo Domingo, República Dominicana do VIII Encontro Latino Americano e Caribenho de Sindicalistas. E nos dias 23 a 27 estarão visitando o Haiti onde participarão de atividades em solidariedade ao povo haitiano em sua luta contra a presença das tropas de ocupação da Minustah.

Estarão levando o apoio à luta contra a ocupação e suas conseqüências. O recrudescimento da violência e repressão, com prisões arbitrárias em manifestações, desrespeito ao direito de organização sindical junto com uma política de privilegiar o ressurgimento organizado dos Tonton Macoutes, banda paramilitar assassina utilizada pelas ditaduras de Papa Doc e Baby Doc.

É a forma de buscar a “estabilidade” do Haiti utilizada pela Minustah com a cumplicidade da imensa maioria dos governos Latino americanos. Repressão direta para manter os baixos salários, nenhuma ajuda humanitária de fato, violações, estupros, prisões e agora a tentativa de “criar” um exército ou policia nacional no Haiti se apoiando no que de pior tem no país: os Tonton Macoute.

Abaixo enviamos uma moção que queremos colher assinaturas, para que os companheiros possam entregar tanto para o Comando da Minustah quanto para o Governo Martely.

Pedimos que todos assinem e repassem para suas listas mais essa iniciativa de solidariedade.

Enviar para dirceutravesso1@gmail.combatay@batayouvriye.org



Abaixo Assinado Haiti

Nós, abaixo assinados, exigimos a imediata retirada das tropas de ocupação da ONU no Haiti. Desde o inicio os governos dos países que se somaram a missão da ONU tem dado apoio a uma vergonhosa política colonialista, racista e de dominação econômica e militar do povo haitiano para garantir os interesses das grandes empresas internacionais e do imperialismo.

Temos assistido, nos últimos 7 anos, ataques às liberdades democráticas, prisões e repressão dos haitianos, além de violações de mulheres e crianças.

Agora, com o governo Martelly veio o ressurgimento dos instrumentos locais para repressão, intimidação e dominação do povo haitiano, como as bandas paramilitares, como faziam os Tonton macoutes. Também se pensa retornar com o exército macoute de antes. Em outras palavras: está ressurgindo a ditadura dos macoutes , agora fortalecida com o retorno de Baby Doc. Tudo isto só pode acontecer pela presença das tropas de ocupação e sua política, por traz do discurso de ajuda humanitária, de impedir o livre direito de organização e autodeterminação do povo haitiano.

São exemplos disso os casos recentes como a demissão de dirigentes sindicais do recém fundado Sindicato SOTA, as prisões de ativistas em manifestações, novos casos de estupros e assassinatos, sempre com a participação direta ou no mínimo conivência das tropas de ocupação.

Por isso, exigimos:

Readmissão dos dirigentes do sindicato SOTA e seu reconhecimento real pela patronal. Pela livre organização sindical no Haiti;

Fim da repressão ao povo haitiano y dos trabalhadores em particular;

Abaixo a ditadura neo-duvalierista de Martelly;

Fim da ocupação militar do Haiti. Abaixo a Minustah!

3 de nov. de 2011

Nota de Apoio à Greve dos Educadores do RS



O quadro que encontra-se no Brasil nos mostra claramente o desmonte que se encaminha aos serviços públicos. Mortos nos corredores dos hospitais que aguardavam leitos tornam-se cada vez mais normais. Os pífios investimentos em segurança, servem bem somente ao grande capital, seja na implantação das aclamadas UPP's, seja na expulsão de famílias de baixa renda de locais estratégicos, mascarando a pobreza e miséria em que vivem os brasileiros, frente aos estrangeiros famintos pela copa do mundo.

Na educação a situação não é nada diferente, são cada vez mais intensos os ataques ao ensino público, como a reforma do ensino médio que o transformará num curso técnico, para a formação de mão de obra mais rápido e acessível, arrastando para mais longe da realidade dos jovens o ensino superior. Enquanto o ensino privado continuará, com seu currículo intacto e preparando os jovens para o vestibular.

Infelizmente tal reforma é apenas uma pequena amostra do novo PNE proposto pelo governo Dilma, que também cita a histórica bandeira do movimento estudantil, o investimento do PIB para a educação que, de acordo com o PNE, chegará a 7% - talvez - até 2020. A juventude não pode mais esperar! Queremos um ensino superior público e de acesso à todos! 10% do PIB já! Não aceitaremos mais as políticas conciliatórias como PROUNI e ENEM que não passam de cortinas de fumaça que canalizam dinheiro público para instituições privadas, garantindo a farra dos "tubarões" do ensino, ao invés de garantir o acesso a todos ao ensino superior público.

Nesse contexto, o governo Tarso segue, sem nenhuma polêmica,aplicando a mesma política para a educação do governo federal. Eleito com base em promessas aos educadores, como o pagamento imediato do piso e a retirada do processo aberto pela ex-governadora Yeda, logo no início do ano essas promessas já ruíram.

Porém, parecem ter esquecido que rivalizaram com um governo já desgastado por uma categoria que chamava incansavelmente o FORA YEDA! Categoria que, sem dúvida, não vai baixar a cabeça frente aos calotes aplicados pelo Tarso!

Dessa maneira, se faz imprescindível uma resistência mais dura contra tais ataques, dessa necessidade surgiu a proposta de uma greve dos servidores da educação para o próximo mês, pelo imediato pagamento do Piso Nacional dos Educadores e pro 10% do PIB para a educação!

Nós da Anel, que sempre estivemos lado a lado nas lutas com a classe trabalhadora, temos o dever de estarmos em cada escola e faculdade mostrando, a real necessidade da greve, como ferramenta em defesa da classe. Foi chamada para o dia 18/11 uma assembléia geral dos educadores no Gigantinho, para votar o início da greve. Pelo cumprimento imediato da lei que garante o pagamento do piso salarial dos educadores e pelos 10% do PIB para educação. Então, a IV Assembleia Estadual da ANEL – RS declara seu apoio a construção da greve dos educadores do RS, e chama todos os estudantes a apoiar!

2 de nov. de 2011

Ocupação de Belo Monte e bloqueio da Transamazônica: dia histórico para a luta em defesa do rio Xingu e dos povos da Amazônia

por Priscila Duque, da ANEL Pai D'égua(PA)

O principal desdobramento do Seminário Internacional em Defesa do Rio Xingu foi a ocupação do canteiro de obra da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, localizado na comunidade de Santo Antônio, em Vitória do Xingu, município próximo a Altamira, e o bloqueio da Rodovia Transamazônica, no mesmo perímetro. A ação foi deliberada pelos povos indígenas na quarta-feira, 26 de outubro, segundo dia de seminário, e apoiada pelas entidades e ativistas do Comitê Xingu Vivo para Sempre.

A quinta-feira, 27, acordou cedo. Desde as 3h da madrugada a militância estava de pé, concentrando-se na orla de Altamira, aguardando a organização dos ônibus para seguir ao canteiro de Santo Antônio. Diversas entidades, coletivos e ativistas aglomeravam-se em volta dos ônibus. Estavam presentes a CSP-Conlutas, ANEL P´Dégua, Unidos pra Lutar, Juntos, CIMI, CPT, entre outras. Por volta das 5h30 os ônibus estacionaram próximo ao canteiro e os mais de 600 manifestantes desceram e marcharam. Às 6h da manhã a Rodovia Transamazônica e a entrada do canteiro já estavam bloqueadas.

As bandeiras, faixas e palavras de ordem saudaram aquele grande dia de luta. Os ativistas cantavam “embarca na luta, embarca, molha o pé, mas não molha a meia, embarca, na luta, embarca, molha o pé, mas não molha a meia. Não venha lá de Brasília fazer barragem na terra alheia, não venha lá de Brasília fazer barragem na terra alheia!” . E deram o recado a Dilma “oh, oh, oh Dilma, nós te avisamos, nós viemos e ocupamos”.

Em poucas horas o local já estava repleto de veículos de comunicação. O congestionamento na rodovia crescia, e não demorou para que o aparelho repressivo aparecesse para tentar intimidar a manifestação. A Polícia Rodoviária Federal permaneceu por lá durante todo o dia, monitorando cada ação, de armas à postos. Mas nem o ativismo, nem os povos indígenas se importaram com os olhos do Estado.

Durante o dia inteiro a manifestação ficou dividida em duas, por questões práticas, já que era necessário garantir o fechamento do canteiro e o bloqueio da transamazônica. As tribos indígenas além de estarem a postos para a luta, não deixaram de mostrar sua cultura: passaram o dia todo alternando rituais de canto e de dança.


Esse foi só um aviso
A ocupação terminou no início da noite, em torno de 19h30, após a realização de uma assembleia que fez um breve balanço da ocupação, discutiu o mandado de reintegração de posse – emitido pela juíza Cristina Collyer Damásio, da 4ª Vara Cível da Comarca de Altamira (PA) –, ressaltando que o ativismo estaria com os índios, se eles decidissem ficar, todos ficariam.

Os indígenas optaram por desocupar e os movimentos acataram a decisão, por entenderem que a ocupação já havia sido vitoriosa, por sua repercussão internacional, pela unidade e pela força de uma manifestação deste porte.

O Comitê Xingu Vivo acredita que o objetivo foi alcançado, pois a luta contra ‘Belo Monstro’ saiu fortalecida depois do seminário e da ocupação. Agora é aproveitar esse gás e seguir mobilizando para tornar o movimento cada vez mais forte, até barrar a construção da Usina. A assembleia foi encerrada com a seguinte palavra de ordem “esse foi só um aviso pra vocês, se for preciso ocuparemos outra vez”.

Um dia que ficará na história
O dia 27 de outubro foi histórico para a luta contra a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, pois foi o dia em que os povos indígenas, os nativos e os movimentos sociais mostraram para o governo Dilma que não será fácil destruir a vida no Xingu. Foi o dia em que o ativismo não recuou por medo da repressão e caminhou sem titubear. A ação deixou claro que só com unidade a luta se torna mais forte e com maior capacidade para vitória.

Fora ‘Belo Monstro’! Viva o rio Xingu e os povos tradicionais da Amazônia. Em defesa da vida e contra a voracidade do capital. E defesa da vida, somos todos contra a Usina de Belo Monte!

Estudantes da USP-Butantã divulgam manifesto sobre ocupação da universidade

Estudantes da USP-Butantã divulgam manifesto sobre ocupação da universidade

O campus da USP (Universidade São Paulo) se tornou palco de enfrentamentos nos últimos dias. Após a permissão da atuação da polícia dentro da universidade, alunos tem sido abordados para revistas, o que vem causando a indiganção de muitos e foi a causa das manifestações que exigem a saída da polícia da universidade.



Manifesto da ocupação na USP-Butantã


Nós, estudantes da USP, organizados no movimento de ocupação e com apoio dos trabalhadores, lançamos este manifesto a fim de nos posicionarmos frente à sociedade sobre o que vem ocorrendo na Universidade de São Paulo.



Há uma política repressora que tem avançado contra aqueles que lutam por uma Universidade pública. As ações da reitoria da USP para aprofundar o processo de privatização tem se intensificado – o que se produz dentro da universidade cumpre, cada vez mais, o propósito de atender aos interesses do mercado em detrimento dos interesses de toda população. Com o objetivo de desmontar o caráter público da USP, a reitoria vem tomando medidas para eliminar as forças de resistência na Universidade. Mais de 26 estudantes, além de vários trabalhadores e professores, estão sendo processados por se manifestarem politicamente, através de processos administrativos que visam a eliminação e demissão da Universidade, e processos criminais que visam a prisão.



Com a justificativa de garantir a segurança, o reitor da USP instaurou, por meio de um convênio, a presença da polícia militar no campus. Com o avanço das perseguições políticas fica evidente que o real objetivo da polícia militar na USP não é o de inibir crimes, mas sim de inibir e combater manifestações políticas e cercear o direito de expressão livre de estudantes e trabalhadores.



Num contexto de crise sistêmica do capitalismo, se evidencia, em todo o mundo, o papel da polícia como aparelho armado de repressão aos movimentos sociais que resistem ao avanço da desigualdade e ataques a direitos históricos da população. Na Grécia, durante os protestos contra as políticas de austeridade, os manifestantes têm sido duramente reprimidos. Em Londres e em Madri a situação é muito semelhante. No Chile, um milhão de estudantes vão às ruas exigindo uma educação pública e gratuita, e a violência contra manifestantes é igualmente dura.



No Brasil, os conflitos em 2009 em Paraisópolis, a repressão cotidiana das UPPs aos moradores dos morros cariocas, e as violências policiais contra ambulantes em luta no centro de São Paulo indicam o mesmo sentido da atual militarização da USP: a repressão policial são ataques àqueles que lutam por seus direitos elementares. E essa repressão, destaque-se, é mendaz: a própria ONU, entidade legitimadora do imperialismo, reconhece a polícia brasileira como sendo a que mais mata no mundo.



No dia 08/09/2011, o Reitor João Grandino Rodas, sustentado institucionalmente por um Conselho Gestor antidemocrático (apenas 30 % dos membros representam trabalhadores e estudantes juntos), assinou um convênio com a Polícia Militar. Para mascarar os reais propósitos do convênio Rodas-PM, a reitoria da USP se utilizou de maneira oportunista da morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, que ocorreu dentro do campus. O que foi omitido é que no dia do assassinato a PM já estava agindo na universidade – inclusive fazendo blitz em frente ao local da ocorrência. Nos últimos dias, para legitimar as violências ocorridas na USP sem explicitar seu caráter político, também se utilizaram de maneira oportunista do mote do “combate as drogas” para, assim, justificar todo clima de medo que têm promovido dentro da Universidade diariamente. Nos morros do Rio e em todas as periferias brasileiras, a repressão possui a mesma faceta: se utilizam de argumentos como o combate ao tráfico de drogas para atacar as liberdades mais elementares de todo o povo pobre.



O que a mídia não denuncia é que a polícia que enquadra estudantes na USP por porte de maconha é a mesma policia que age com o narcotráfico, recebendo o lucro das vendas com uma mão enquanto reprime com a outra. O que a mídia omite é que a polícia que invade casas na favela e atira em mulheres e crianças com a justificativa de prender traficantes é a mesma polícia que é sócia do tráfico. Isso expressa a hipocrisia de combater o narcotráfico nas universidades e nas favelas, pois os verdadeiros promotores e beneficiados desse mercado, um dos mais lucrativos do mundo, são as industrias farmacêuticas, a polícia, as clínicas privadas, entre outros.



Essa repressão tem avançado, pois a lei vigente que supostamente descriminaliza o porte de maconha só funciona como uma cortina de fumaça, erguida pelo sistema para dificultar o aprofundamento do debate sobre a legalização da maconha e para criminalizar a pobreza, movimentos sociais e ativistas políticos.



A atuação da PM em nosso Campus na última quinta feira (27/10) foi apenas mais um de uma série de episódios de acuação de estudantes e servidores da USP pela PM. Na semana passada estudantes da Escola Politécnica foram abordados dentro de seus Centros Acadêmicos. Na Escola de Comunicação e Arte (ECA) um estudante foi revistado pela polícia com a justificativa, no mínimo estranha, de “olhar feio” aos policiais. Nos últimos meses, não foram poucas as averiguações dentro dos Centros Acadêmicos, o que não impediu um roubo no Centro Acadêmico da ECA, apenas uma semana após a revista da PM no local. No dia que culminou com esta ocupação, professores e estudantes foram abordados e revistados em frente à biblioteca da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas (FFLCH). E nessa mesma faculdade, horas mais tarde, três alunos foram detidos por políciais da ROCAM. Ao tentarem impedir a detenção desses colegas, deliberadamente defendida pela diretora Sandra Nitrini, centenas de estudantes foram atacados com bombas de efeito moral, gás lacrimogênio, spray de pimenta, cacetetes e balas de borracha. Vários estudantes foram feridos. Respondemos como pudemos – ou seja, correndo e arremessando paus e pedras.



O discurso da reitoria tentou justificar a intervenção policial utilizando de maneira oportunista o assassinato de Felipe Ramos Paiva. Outros casos, entretanto, não foram igualmente veiculados pela mídia e pela reitoria – e isso não foi por acaso. Um desses casos foi o da morte do estudante Samuel de Souza, morador do Conjunto Residencial da USP (CRUSP). Ele era negro, pobre, baiano e estudava Filosofia. Samuel morreu dentro da USP por negligência médica da reitoria em relação a uma política de saúde nos campi da USP. Também houve a morte de Cícera, funcionária da lanchonete da Pedagogia, assassinada na favela São Remo, decorrente de uma “bala perdida” disparada pela Polícia. A hipocrisia do discurso da reitoria, que diz combater a violência, fica claro quando sua própria política de precarização foi responsável pela morte do trabalhador terceirizado de limpeza, José Ferreira, em decorrência de um acidente de trabalho.



Tais relatos nos impõem o questionamento: ao que se presta, de fato, a presença policial na USP?



O objetivo real da presença policial é garantir a execução de um projeto de universidade, ostensivamente defendido pelo Reitor João Grandino Rodas. Esse projeto político busca submeter a Universidade aos interesses de empresas e fundações privadas, cujo único objetivo é a maximização de seus próprios lucros: e é por isso que as pesquisas sem viés mercadológico são cada vez mais raras na Universidade. A estrutura que sustenta tal projeto é referendada apenas por um pequeno grupo de pessoas, imerso em relações políticas bastante duvidosas com grandes empresas, fundações e o próprio governo do estado de São Paulo. Com a diminuição da verba para trabalhadores efetivos, o aumento da contratação de terceirizados, e sem garantias de contratação de professores e reposição dos aposentados, a universidade que já é fechada para a maioria da população, em especial pobres e negros, se torna ainda mais exclusiva, elitista e mercadológica sob a administração de Rodas, levada a cabo com a mão repressora da Polícia Cívil e Militar.



Simultaneamente à repressão policial, que ocorre tanto na USP quanto fora dela, a reitoria tenta extinguir os espaços políticos e culturais de organização dos estudantes, como o Núcleo de Consciência Negra, que foi fundado há 23 anos na USP e até o momento não foi legitimado pela universidade, sofrendo com ameaças de demolição do barracão onde desenvolve suas atividades. O CANIL – Espaço Fluxus de Cultura, um dos poucos espaços culturais estudantis da USP-Butantã, sofreu uma tentativa de demolição, que foi barrada pelo conjunto de estudantes. A Moradia Retomada, ocupada devido ao déficit de vagas no CRUSP, continua ameaçada por um mandato de reintegração de posse solicitado pelo Reitor. E o espaço do DCE Ocupado, após reforma, seria re-inaugurado não mais como um espaço autônomo, mas como “Centro de Vivência da Reitoria” – o que foi impedido pelos estudantes.



A reitoria tenta silenciar todos os movimentos de resistência da Universidade com uma avalanche de processos. Os processos administrativos baseiam-se no Decreto 52.906, de 1972, Regime Disciplinar instituído sob a égide da Ditadura Militar, que vigora no estatuto da USP como “disposição transitória” há algumas décadas. Segundo este decreto, são considerados atos de “indisciplina” de estudantes, trabalhadores e professores, passíveis da punição, expressa no artigo 248, inciso IV, de “eliminação”, as seguintes práticas: artigo 250 inciso VIII – “promover manifestação ou propaganda de caráter político-partidário, racial ou religioso, bem como incitar, promover ou apoiar ausências coletivas aos trabalhos escolares (greves)” ; inciso IV -“praticar ato atentatório à moral ou aos bons costumes”; inciso II “ (…)afixar cartazes fora dos locais a eles destinados”.



As acusações que baseiam os processos tratam ações políticas legítimas como desvios de comportamento e são, ou questionáveis, ou deturpadas. Alguns dos processos foram abertos com base apenas em Boletins de Ocorrência que apresentam, como de praxe, uma versão unilateral dos fatos. No caso dos processos criminais, coloca-se a ameaça de prisão de pessoas com base em acusações forjadas pela Consultoria Jurídica da reitoria para levar a cabo sua perseguição política. As testemunhas em favor da reitoria geralmente são membros das chefias, das guardas ou outros que, tendo vínculos empregatícios com o denunciante, têm seu testemunho enviesado. Esta é uma das maneiras de se produzir as provas falsas. É no mínimo estranho que tenha sido criada, por exemplo, uma delegacia especial para tratar da repressão às ações políticas dos trabalhadores. Lembrando que em 2009 um dos diretores do Sindicato dos Trabalhadores da USP foi demitido por lutar contra a precarização e terceirização na universidade. A reitoria tenta hoje preparar terreno para avançar rapidamente com as punições contra estudantes, trabalhadores e professores dissidentes da ordem privatista que vem sendo estabelecida. Por isso decidimos cobrir os rostos: pela real ameaça de represália política – e não porque somos ou nos sentimos criminosos.



Por esses motivos, somos contrários aos processos contra estudantes e trabalhadores e pela revogação completa destes decretos e processos criminais e administrativos! Somos pela revogação imediata do Convênio entre a PM e a USP! FORA PM!



Manteremos nossa ocupação até que todas as nossas reivindicações sejam atendidas.