28 de ago. de 2011

ANEL abalou as estruturas do Planalto Central nos dias 24 e 25 de agosto


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Estudantes da ANEL se somam aos mais de 20 mil trabalhadores em Brasília

Dia 24 de agosto, em Brasília, dezenas de ônibus chegam em Brasília no estádio Mané Garrincha para a concentração da Marcha. O dia foi o ápice da Jornada de Lutas, que se iniciou dia 17 e terminou 26, contando com diversas mobilizações dos trabalhadores, movimento popular e estudantil. São José dos Campos fez uma ato com mais de 3 mil metalúrgicos e outros trabalhadores. Minas lançou campanha “o Minério tem que ser nosso”. No Pará, intensificou-se a luta contra a instalação da Usina de Belo Monte. O MST esteve acampado em Brasília, onde ocuparam o ministério da fazenda e participaram de diversas audiências públicas. No movimento estudantil, ocorreram 7 ocupações de reitoria e 3 greves gerais de universidades.



Todas essas lutas e muitas outras estiveram presentes, com força, na Marcha em Brasília. Foram mais de 20 mil pessoas caminhando na Esplanada, rumo ao Congresso Nacional. A coluna da educação levantava suas faixas e bandeiras em defesa do investimento de 10% do PIB pra educação pública, e denunciava o novo Plano Nacional de Educação do governo Dilma. Os estudantes levantavam também balões pretos, em homenagem à luta dos estudantes chilenos, dizendo: “o nosso luto, é na ação, Brasil e Chile defendendo a educação!”.



A ANEL foi junto com uma comissão do comando do ato, que contava com a CSP Conlutas, o ANDES-SN, o MST e etc, entregar ao presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia, o manifesto das reivindicações da Marcha. Ao mesmo tempo, os estudantes organizavam um mosaico dos 10% do PIB pra educação humano, com os balões pretos e muitas palavras de ordem, expressando a empolgação de seguir lutando em cada estado.







ANEL caça o Haddad dentro do Ministério da Educação e apresenta suas reivindicações



Após a Marcha, os estudantes da ANEL se encaminharam para o Ministério da Educação, fazendo um ato na porta. Imediatamente policiais se colocaram no caminho, para deter a entrada dos estudantes. Organizamos uma comissão para ser recebida pelo ministro, que contava com a executiva nacional da ANEL, 8 estudantes que representavam o DCE e o comando de greve da UFPR, o DCE-UFRJ, o DCE-UFRGS, o DCE-UFPA, o DCE-UFRRJ, comando de greve das IFBAs e comando de greve da UNIFESP, além da professora do Rio Grande do Norte Amanda Gurgel.

Encontramos o ministro Fernando Haddad com pressa, indo a uma reunião com a presidente Dilma. Conseguimos caçá-lo e entregá-lo a pauta de reivindicações dos estudantes, além do manifesto dos 10% do PIB, os quais ele pareceu não dar muita atenção. Deixamos claro que seguiremos lutando e fortalecendo a campanha “Caça-Haddad”, rumo à 10ª caçada, em homenagem aos 10% do PIB pra educação.

Fizemos, em seguida, uma reunião com o Leonardo, chefe de gabinete do ministro. Pudemos expor as reivindicações das greves e manifestações estudantis em curso, que estão vinculadas ao acúmulo de problemas que a política de expansão combinada com o baixo investimento tem provocado. São diversos cursos sem professores e estrutura, com pouquíssima assistência estudantil. O representante do MEC, com muita demagogia, disse que buscariam resolver os problemas específicos, mas quando falávamos que o problema era generalizado, que só seria possível resolver com uma ampliação do investimento em educação, não era capaz de admitir. Fazem isso pela conivência com a política econômica do governo Dilma, de cortes nas áreas sociais, congelamento dos aumentos salariais, aumento dos juros e da inflação. O Brasil cresceu, mas quem se beneficiou foram grandes banqueiros e empresários, em detrimento da educação, saúde, moradia e direitos sociais.



Plenária nacional pelos 10% do PIB pra educação vota indicativo de Plebiscito Popular



Enquanto a ANEL e os representantes estudantis se reuniam, diversas entidades, professores e estudantes realizaram a Plenária Nacional pelos 10% do PIB pra educação. Foram ressaltadas as lutas em diversos cantos do país, como as greves em mais de 18 estados dos profissionais da educação, a greve nacional dos servidores federais e as lutas estudantis que estão se desenvolvendo.

Todos reforçaram a importância de impulsionar e aprofundar essas lutas, promovendo lançamentos estaduais da campanha e formando comitês com as entidades dispostas a construí-la. Esses comitês serão fundamentais para concretizar os próximos passos da campanha, organizando debates, seminários, mobilizações e um grande Plebiscito Popular pelos 10% do PIB. A Plenária votou um indicativo de plebiscito para a segunda semana de novembro, além de uma próxima reunião da comissão organizadora para o dia 5 de setembro.





V Assembléia Nacional organiza as lutas e a campanha pelos 10% do PIB pra educação pública já entre os estudantes



No dia seguinte, 25 de agosto, a ANEL realizou sua V Assembléia Nacional. Foram mais de 400 credenciados, de diversos estados do país. Logo na Mesa de Abertura, a Assembléia destacou refletiu quais serão suas prioridades no próximo período. A professora Bartira, do ANDES, explicou a luta em defesa dos 10% do PIB pra educação pública e contra o PNE. Clara, da CEN, reforçou seu chamado e relatou sua experiência no Chile, país que já reuniu mais de 1 milhão de pessoas nas ruas em defesa da Educação gratuita. Gibran fez uma saudação em nome da greve dos servidores das universidades federais, parceiros da luta estudantil. Felipe, da Frente Nacional dos Torcedores, leu uma Nota de apoio à ANEL e chamado à construção de uma campanha em comum contra a corrupção na Copa, as remoções às comunidades e em defesa do futebol popular. E, por fim, Barela da CSP Conlutas, deu um panorama da conjuntura mundial e nacional e explicou a campanha “Se o Brasil cresceu, o trabalhador quer o seu” que a Central está desenvolvendo agora.

Após as intervenções iniciais, Ricardo do DCE da UFPA e da CEN deu informe sobre a proposta de Kit anti-homofobia da ANEL e Catharina, da CEN, explicou como será a implementação da Resolução de Finanças aprovada no Congresso. Além disso, a estudante Martina do DCE da UFRGS pediu uma questão de ordem, relatando um caso grave de machismo que havia acontecido na noite anterior, da confraternização cultural, onde um estudante tentou agarrar uma menina, ambos presentes na Assembléia. Discutimos a importância de conversar com o estudante e ganhá-lo para a concepção de entidade da ANEL, onde não se tolera atitudes machistas, homofóbicas ou racistas, pedindo que se retratasse.

Os grupos de discussão se desenvolveram recheados de exemplos de luta e elaboraram como a ANEL poderá casar cada problema específico que vivem os estudantes com a campanha nacional pelos 10% do PIB. Além disso, os estudantes propuseram uma série de iniciativas que se tornaram resoluções na Plenária Final. Foi aprovado a criação de comitês estaduais da campanha dos 10% do PIB, a campanha “A Copa Tem que Ser Nossa”, a criação do GT de universidades pagas, atos nos consulados chilenos em apoio à luta do país, além de aprovar uma série de moções às lutas em curso.