No Brasil que vivo (e imagino que a maioria dos que estão lendo este texto) a violência tomou conta não só das ruas, mas também das casas e escolas/universidades. De modo que segurança existe apenas no dicionário seção SEG, visto que o investimento (outra palavra que só os banqueiros e empresários conhecem) público é tão irrisório que já virou piada, as milícias que o digam.
A saúde, nossa essa então nem se fala, filas intermináveis nos hospitais ( que não tem espaço físico, profissionais suficientes para trabalhar, instalações e materiais antigos/quebrados/estragados sem manutenção desde do dia que saiu da fabrica e chegou no hospital), espera de anos por uma consulta/atendimento/cirurgia/exame. Medicamentos que faltam, pois o Estado não tem dinheiro para o povo que o mantém, só tem para os pobres empresários.
Ora, e a educação? As universidades públicas (preciso descrever? posso é fazer alguns questionamentos: restaurante universitário? Professores? Salas de aulas? Bibliotecas? Bolsas? Políticas para garantir a permanecia do estudante?) A educação básica, esta olha, está uma maravilha de desgraça, professores que não sabem o que é um salário há (bom aqui o tempo foge do que podemos contar), salas de aulas quando tem, parecem uma obra em construção, bibliotecas? Umas não têm nem banheiros, luz elétrica. Mas a Presidente irá investir mais, mais o que? Quando que houve algum investimento? Então vai garantir os 10% do Pib para educação? Por que no pouco que sei, para aumentar/melhorar é preciso investir, mas como fazer isso se foi cortado 50bi?
Tem mais no país onde moro (e que certamente não é o da Presidente Dilma), meu bolso pesa todo dia ao pagar a passagem que aumenta todo ano, pois as únicas coisas que ganho todo ano são: peso, idade e muitos aumentos para pagar, é na comida, nas roupas (lembrando que ou compro um calça ou um casaco ou um calçado, nunca consigo comprar os três no mesmo mês), na luz, na água (aqueles que tem, pois tem muito lugar no meu Brasil que não sabe o que é luz elétrica e água encana, mas é até bom que não saibam, assim não tem que arcar com mais esta despesa todo ano), no telefone, gasolina, aumento de salário de deputado/vereador e etc. Não posso deixar de contar que a passagem aumenta com certeza, mas continuo pegando bus lotado, caro e demorado.
Não tem emprego no meu país, além das taxas de desemprego crescerem, a exploração tem ido ao limite da mais valia, trabalhamos de segunda a segunda, com salários (bom salário não é isso, salário é o que recebem nossos deputados) que já estão aquém da palavra mínimo, se o dia tem 24h, os trabalhadores podem dizer que o trabalho tem hora infinita pois nunca acaba, sempre trabalhamos, mas nunca é o suficiente, para quem conhece banco de horas, sabe o que é trabalhar muito e sempre ter a noticia que ainda falta horas (esta noticia geralmente chega no desconto do contra-cheque). Até as leis trabalhistas (que já estão na secção contos de fada) estão por deixar de existir, e agora patrão e funcionário poderão combinar as relações de trabalho. Hahhaah!! Parece piada isso, mas no meu país isso é a mais triste verdade.
Eu poderia falar sobre o país que vivo, mas acho que todos nós já estamos pensando num novo nome para ele né, tem que ser uma onde leve em conta a miséria, a pobreza, a exploração e os preconceitos, visto que estes não fazem parte do Brasil da televisão, dos comerciais políticos e claro da nossa Presidenta. Então Presidente Dilma que Brasil é este?
*Priscila Goulart dos Santos, graduanda em pedagogia/UFRGS
