No mundo todo, diversas cidades foram tomadas por jovens e trabalhadores indignados que resolveram transformar a angústia e a indignação em ação, e, respondendo ao chamado da juventude espanhola, saiu às ruas, mostrando que quem de fato produz a riqueza desse mundo não vai mais se resignar.
Não há democracia onde governam os mercados...
E assim, mais do que pedir por democracia, dois mil portoalegrenses saíram às ruas para protestar contra a falta de liberdade que o capital nos impõe em todas as áreas da vida. E, dentro dessa luta, cada um pôde levar sua pauta, demonstrando que o capitalismo não combina com cultura, educação, justiça e trabalho dignos daqueles que são responsáveis pela produção de todo o tipo de bens do mundo. Exatamente como os jovens de Wall Street dizem, chegou a hora dos 99% da população se rebelarem contra o 1% que os oprime!
...e onde governam os mercados, a educação não é prioridade.
Nós da ANEL, junto com o ANDES, CPERS, SIMPA, SINASEFE, CSP-CONLUTAS, com a EXNEEF e a Esquerda da UNE realizamos uma mesa, pela manhã, no Parque da Redenção, para debater com a sociedade “Por que aplicar 10% do PIB na educação pública?”. Foi uma atividade muito vitoriosa, que contou, ao longo das falas, com cerca de 100 pessoas. Assim, construímos no 15-O um importante debate com a população, mostrando que, se a prioridade do governo Dilma não é a educação, e sim o bancos, nós, ao lado dos trabalhadores, saíremos às ruas com muito debate e muita luta para dizer que a maioria da população quer mais investimento em educação, sim! Por isso, foi um importante momento da construção da nossa campanha, fortalecendo a base para a realização do Plebiscito popular nacional.
Não, não, não, capitalismo não!
Após a mesa, e depois da concentração no Movimento Expedicionário no Parque da Redenção, @s indignad@s saíram em marcha para a ocupação da Praça da Matriz. Ao longo da marcha, vivenciamos momentos de apoio da população no Centro de Porto Alegre, demonstrando que a indignação com a corrupção, a falta de liberdade, os baixos salários, o baixo investimento em saúde, educação e cultura é generalizada. Com muita empolgação e determinação, ocupamos a praça ao som das palavras de ordem: Capitalismo não!, que unia as angústias de todos os manifestantes.
Tenda livre: formação e união com os trabalhadores
Na praça, montamos a Tenda Livre, sob a qual os estudantes livres puderam se reunir e debater. Nossa plenária contou com cerca de 70 estudantes, que se uniram para ouvir um companheiro metalúrgico explicar como funcionam as crises do capitalismo e suas raízes no castelo de ar que é o sistema bancário. Acreditamos que a formação é essencial para que entendamos o sistema em que vivemos – e, assim, possamos lutar contra ele com a certeza de que ele não nos serve!
Além disso, a Tenda Livre teve a cara da juventude gaúcha, contando com a fala de companheiros bancários e de outras categorias, que vêm se enfrentando diretamente com o governo federal e estadual – e, assim, pudemos conhecer um pouco mais as faces de Dilma e Tarso, e como eles atacam os trabalhadores. Para fechar nossa plenária, contamos com a presença de Nando Poeta, cordelista, que presentou os estudantes livres com seus versos – livres e libertários – que nos animaram para a luta!
A indignação não foi televisionada
Como vimos, as mobilizações, que se realizaram em mais de 90 países, sequer apareceram na grande mídia. Isso é mais uma prova de que nossas mobilizações, de fato incomodam: afinal, conseguimos realizar nossos protestos sem que fosse possível que os criminalizassem! Isso demonstra que nosso método foi muito vitorioso, e que a Internet pode, e deve continuar sendo uma importante ferramenta de organização da juventude que quer mudar esses sistema!
A mobilização não para por aí
Com as mobilizações do 15-O aprendemos muito: aprendemos que os trabalhadores e a juventude não são resignados, como querem que sejamos; aprendemos que é possível que diversos movimentos se mobilizem juntos, por diferentes pautas, e consigam unir suas lutas em uma só voz, sob a bandeira de que esse sistema econômico não nos serve; aprendemos que, sim, os 99% da população estão prontos para se rebelar! Acreditamos, também, que, junto com a mobilização, conseguimos fortalecer ainda mais a nossa campanha por 10% do PIB pra educação pública já, que se demonstrou ser a vontade da maioria da população. Por isso, o próximo passo é organizarmos o grande plebiscito popular, que de fato mostrará aos governos que a imensa maioria quer e vai conseguir mais investimento na educação, e terá de ser agora!