23 de nov. de 2011

Estudantes secundaristas saem às ruas contra a reforma do ensino médio e em apoio à greve dos educadores!

A manhã de hoje marcou o primeiro passo dos estudantes secundaristas na luta contra a reforma do ensino médio estadual e expressou o apoio de jovens de importantes escolas de Porto Alegre a greve dos educadores gaúchos, que começou segunda em todo o estado.



Cerca de 250 estudantes se concentraram em frente à Secretaria Estadual de Educação, para pressionar o secretário José Clóvis a atender a reivindicação dos estudantes e professores, que pedem a retirada do projeto que visa reformar o ensino médio de forma a adequar o ensino público gaúcho as necessidades do mercado. Após uma breve manifestação, os estudantes se dirigiram em caminhada até o centro de eventos Casa do Gaúcho, no Parque Harmonia, onde acontecia a Conferência do Ensino Médio da CRE Porto Alegre (Coordenadoria Regional de Educação). Essa Conferência tem por objetivo debater o projeto de reforma e conta com participação de delegados da comunidade escolar. Apesar da fachada democrática essas conferências não passam de uma grande falácia, pois no próprio documento da Reforma está explicito que nenhuma contribuição pode contradizer o texto inicial.
Ao chegar na conferência os estudantes tiveram a prova do autoritarismo implícito na construção da reforma. Quando entraram na Casa do Gaúcho de forma organizada, cantando palavras de ordem em defesa dos professores, os manifestantes organizados pela ANEL foram impedidos de ter acesso ao microfone para expressar sua opinião e os motivos do protesto. Logo após negar o direito de fala aos estudantes o coordenador da CRE, Antônio Branco, ex-dirigente do CPERS que aderiu ao governo, deu por encerrada a conferência, alegando que não tinha condições de seguir com a atividade. Mais uma falácia dos representantes do governo que tentam a todo custo deslegitimar o movimento dos jovens e trabalhadores.


Aliás, o protesto de hoje serviu como um tapa de luva na imprensa e na opinião pública, que divulgou ontem na capa da Zero Hora, um dos principais jornais do estado, que os estudantes eram contrários a greve. Essa é a posição da UGES, entidade que como a UMESPA e a UBES há tempos não representa mais os estudantes gaúchos, apenas serve de porta-voz das políticas do governo. A presença dos estudantes do Julinho, maior e mais tradicional escola do estado, que enfrentaram repressão da direção para ir ao protesto é a prova de que os estudantes não vão aceitar essa reforma de maneira passiva.


Quinta-feira é o próximo passo. Vamos fortalecer a luta dos professores em um grande ato com concentração às 15h na vigília na Praça da Matriz. É necessário expandir a mobilização para outras escolas, pois a cada lugar em que a proposta é apresentada cresce a indignação dos estudantes. Vamos fortalecer nossa luta e organizar a juventude para lutar contra essa reforma. Mesmo a poucos dias do fim do ano letivo é preciso lutar e junto com os professores em greve, acreditamos que é possível vencer!
“SOU ESTUDANTE E VOU PRA RUA, PRA DERROTAR A REFORMA FALCATRUA!”